Eu tenho uma panca muito grande pelo programa do Dr. Phill (ou melhor, eu tenho uma panca muito grande, ponto, mas isso é tópico para outro post, noutro dia.)
Houve uma altura, ali quando andava eu no oitavo, nono ano, em que jurava a pés juntos querer ser psicóloga. Gozavam comigo e diziam que eu gostava era de ajudar os maluquinhos como eu e eu respondia que assim, ao menos, só se estragava uma casa.
Não sei de onde veio este interesse; se é que é um interesse, mas sempre fui boa a ouvir os problemas dos outros, a aconselhar e a arranjar formas de dar volta a qualquer que fosse a situação. Por outro lado, sou péssima a falar com os outros, sobre os meus próprios problemas, por isso, juntava-se o útil ao agradável e teríamos então uma óptima psicóloga (a meu ver).
Mas como eu mudo de ideias, gostos e interesses como quem muda de cuecas, no final do nono ano já eu tinha eliminado essa ideia da minha cabeça. Mas até hoje gosto de ver o meu amigo Dr. Phill na sic mulher. Há quem não goste nada do senhor (não sei como, com o seu bigode engraçado e o seu sotaque adorável e o seu casamento perfeito de 40 anos com uma mulher que me parece igualmente fantástica), mas eu cá admiro-o muito. É incrível como aquele homem consegue decifrar uma pessoa assim: com um estalar de dedos.
E é isso que eu, hoje como pessoa e não como profissional, gostava de saber fazer. Decifrar uma pessoa com um estalar de dedos. Saber se ela me está a mentir ou a dizer a verdade. Saber se ela, quando está a olhar-me no olhos e a dizer-me tudo aquilo que eu quero ouvir, se o está a fazer só por isso - porque sabe que é exactamente aquilo que eu quero ouvir - ou se o faz porque é o que sente verdadeiramente.
Talvez como um polígrafo humano, estão a ver?
Pois é. Passei de querer ser psicóloga para querer ser um polígrafo humano.
A culpa é do Dr. Phill.