Há coisas que me irritam profundamente. Sou uma pessoa bastante opinativa e não tenho medo de me fazer ouvir.
Há 6 anos atrás não poderia dizer a mesma coisa, mas aprendi a minha lição durante os dois anos em que me deixei reprimir e hoje, não deixo que tal aconteça.
Mas há dias (como hoje) em que me apanham mais em baixo, mais frágil, mais cansada e eu pura e simplesmente...calo-me.
Por vezes dou comigo a pensar se de manhã, por estar ainda a dormir, não me terei enganado e não terei entrado na escola básica que existe em frente à minha escola secundária.
Porque todos os santos dias há um grupo de alminhas na minha turma, que me fazem questionar seriamente se estou numa turma de 12º ano ou numa turma de 5º (isto para não dizer pior).
Infantis. Imaturos. Arrogantes. Com a mania. Mal educados. Não têm respeito por ninguém: nem por eles, nem pelos colegas que querem ouvir o professor, nem pelo professor.
Enerva-me e hoje enervou-me especialmente. É verdade sim senhor que sou daquelas pessoas que, se quero estar com atenção à aula e o barulho me está a perturbar, deixo soltar uns quantos "SHHHS!" e "Oh pessoal, calem-se lá!". Não tenho problema algum em ser olhada de lado mais tarde por isso, ou de comentarem tal facto entre eles, rindo mesmo na minha cara.
Mas hoje atingiu-me.
Custou-me estar na aula de Psicologia, o professor mandar fazer o trabalho de grupo e a malta começar toda na palhaçada. O professor é cego e como tal, não tem bem a percepção das coisas, mas não é surdo. Contudo, tem dificuldade em fazer valer a sua autoridade e como tal, eu e as minhas companheiras de grupo tentámos ao máximo acalmar o bando de animais selvagens que estavam dentro daquela sala.
Ignoraram, continuaram com as risadas, muitas delas dirigidas a nós. Mandaram bocas e olhares odiosos e eu mal me contive.
Só me apetecia um buraco para me esconder.
Calei-me, baixei a cabeça, respirei fundo umas 50 vezes e assim fiquei até ao final da aula, calada que nem um ratinho, quando tudo o que me apetecia era saltar da cadeira e mandar um berro aquelas criaturas hediondas que estavam a respirar o mesmo ar que eu.
Há dias em que estas coisas mesquinhas não me atingem nem um bocadinho, porque cresci a ensinar-me a ignorar tais provocações.
Mas há dias em que não consigo, ou porque estou já triste com algo ou alguém, ou porque estou cansada ou porque pura e simplesmente... a menina pequena e indefesa que eu era no 5º ano vem ao de cima e deixa-se de esconder por debaixo da rapariga forte e dura que hoje sou (ou aparento ser).
Não suporto aquela gente.
Não suporto e a cada dia que passa desejo, cada vez mais, que o ano acabe depressa para eu me ver livre daquela malta toda.
Porque não os suporto. Não me acho maior que eles, melhor ou mais crescida.
Mas bolas, tenho um palmo de testa e um pingo de decência em mim para saber que não sou nada como eles!
Tenho a noção que muitos deles têm apenas como único objectivo de vida fumar 10 pacotes de tabaco por dia e mandar umas piadas de mau gosto para o ar, como quem não quer a coisa.
Mas esse problema é deles. Não meu.
Eu não devo ser afectada pela burrice, preguicite e estupidez de gente alheia.
Não suporto.
E como o meu teclado já está em puro sofrimento, de tanta força com a qual estou a teclar neste momento, vou parar agora.
Para meu bem, para vosso e para o deles.
Ninguém merece...