E depois?
Já pensaram em como eles nunca mostram o depois?
O depois. Depois do "Fim". Eles nunca mostram o que vem depois disso. Depois do homem correr pelo aeroporto fora a gritar pelo nome da sua amada. Depois de ambos se abraçarem fortemente e se envolverem num beijo apaixonado, fazendo promessas de amor, em que a frase "para sempre" é dita mais vezes que aquelas que nós conseguimos contar.
Nunca nos mostram o depois. Por isso nós crescemos a pensar que o depois não passa daquilo - daquele momento lindo e lamechas que até faz derramar uma lágrima. Convencemos-nos, por momentos, de que as relações são assim:
Conhecem-se, ficam amigos, um deles apaixona-se e declara-se - por sorte o outro também o ama e vai dai formam um casal. Zangam-se, ficam separados durante uns meses (meses esses em que o homem dorme com tudo o que se mexe e a mulher aproveita para comer Nutella às colheradas) e depois num lindo dia de Inverno ambos se encontram "por acaso" e o amor é tanto que tudo se esquece e voltam os pombinhos!
HURRA!
Mas depois alguém tenta separa-los e aí é que a coisa fica negra. Mas como o amor vence todos os obstáculos, quando a moça está prestes a ir embora, o moço vai atrás dela qual cavaleiro andante e impede-a mesmo antes desta entrar no avião.
E voltamos ao início desta conversa. Aparece então a palavra "FIM" e nós todas contentes vamos dormir a pensar que na realidade é assim.
Dá, como dizem lá no meu office, côcô (e sim, está bem escrito por lá dizem dita palavra de forma a não soar tão vulgar e a dar-lhe um ênfase...diferente.)
Já todos nós sabemos que a realidade é bem mais dura e crua.
E é por isto que eu não vejo filmes românticos. São o único género de filme do qual eu nem me aproximo.
Para levar com areia nos olhos vou ali à Ericeira num dia ventoso.