Conversas interessantes....
Com o ex:
"Então o trabalho, está a correr bem?" - Ambos sentados, eu numa ponta e ele noutra.
"Sim, e o teu?" - Fiz contacto visual, sabendo bem que é esse o meu forte - a capacidade de falar com as pessoas encarando-as directamente.
"Também. Amanhã tenho folga, fim-de-semana de dois dias."
"Ah, que sorte. Eu vou trabalhar." - Ele sorriu, mas não era um sorriso cheio. Era um sorriso pequeno, de simpatia.
"Então e é verdade que sempre vais para Londres este ano?" - Podia jurar que a pergunta foi feita com um pouco de tristeza a acompanhar.
"É esse o plano. Sempre foi e eu sou de ideais fixas. Mas tu sabes isso." - Deixei a última parte escapar sem pensar muito bem antes de o dizer.
Durante uns momentos, fez-se silêncio (entre nós, porque à nossa volta as vozes eram mais que muitas).
Ás tantas não resisti em ser má. E fiz a pergunta que me andava a fazer comichão na orelha.
"Então e a _______ (inseri nome da actual namorada), não veio?" - Era obvio que não, visto que ela não estava lá. Mas a verdadeira pergunta estava implícita na pergunta que fiz (porquê).
"Não... ela está doente, com febre e dores de cabeça." - Vi no olhar dele preocupação e fui atingida por um ligeiro e momentâneo picar de algo.
"Ah que pena." - Disse-lhe no meu tom sarcástico, tentando conter um sorriso maldoso.
Ele olhou para mim e eu sei que ele percebeu exactamente isso - que penas têm as galinhas e que é algo que eu não nutri nem nutro pela dita cuja, doente.
Há coisas que nunca mudam, e o facto de ele me conhecer melhor que ninguém, é uma delas.