Não sei
Não sei de onde vem esta minha capacidade - de amar tanto e, de no entanto, ter tanto medo de amar.
Não sei de onde vem esta minha capacidade de estender a mão, mesmo quando não me a pedem e de no entanto, recear dar o braço quando me pedem mais.
Não faço ideia de onde vem esta minha capacidade de chorar tanto e de no entanto, de rir ainda mais.
Não sei, sinceramente, de onde vem a minha força para continuar, quando sei que ela não provém de ninguém exterior, uma vez que cada vez que olho para o lado, não está lá ninguém.
Mas sei que sou assim. E sei que não pareço ser assim para aqueles que me não conhecem e por vezes, também para aqueles que conhecem.
Não sei de onde vem esta minha capacidade de me esconder e, de no entanto, me mostrar para quem esteja realmente atento.
Não sei. Mas sei que há que continuar. Porquê? Não sei.
Só sei que tem de ser.