Em 2015









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Eu admito: tenho umas quantas selfies no meu dispositivo móvel e no meu Instagram. Mas não sou daquelas pessoas super egocêntricas que têm 50 ou mais selfies espalhadas por aí. No entanto, shelfies já são umas quantas. Cinco para ser mais exacta. Os livros cá em casa são como a mobília ou como o frigorifico com comidinha: indispensáveis.
As fotos abaixo são apenas fotos dos meus livros (e da minha mãe, mas o que é dela é meu e vice-versa). Não inseri a montanha de livros que estão no quarto da minha irmã, os quais ela não lê, e que eram os meus livros de infância.
Gosto deste novo conceito de Selfies. Acho muito mais bonito ter uma colecção de Shelfies do que de Selfies, até porque eu e os livros temos uma relação muito forte.
Ler é a única forma que eu tenho de viajar, de sonhar, de aprender e descobrir novas coisas, novos mundos. Ler é uma bênção que não devemos tomar como certa ou garantida, porque existem muitos seres humanos que não sabem ler (por exemplo, a minha avó materna não sabe ler nem escrever, só sabe assinar o nome dela). Por isso é que acho que uma Shelfie é mais motivo de orgulho do que uma Selfie.
Deixo-vos com cinco Shelfies minhas.
Esta última não é bem uma Shelfie, tendo em conta que não se pode chamar à minha secretária uma "Shelf". No entanto, achei por bem tirar uma foto, visto que é uma pilha de livros que ínclui dois dos meus livros favoritos (O Herdeiro de Sevenwaters e A Culpa é das Estrelas) e dois dos livros que pretendo ler ainda este mês (Wicked Lovely, o 4º da saga e que já comecei a ler, emprestado pela D. (THANK YOU) e o primeiro livro da saga Game of Thrones em inglês, que o meu primo mais velho fez questão de trazer de Londres e de me o emprestar)
É de sublinhar que isto é a minha mesa de cabeceira, onde coloco o meu telemóvel e óculos antes de ir dormir, visto que a minha cama é bastante alta.
Há que saber improvisar.
Há quem diga que o amor nos fortalece.
Que nos dá alento. Que nos proporciona vontade. Vontade de sorrir, vontade de sonhar, de lutar, de viver. Há quem diga que o amor é a cura para todos os males.
O amor é o meu mal. O amor é a minha maldição. O amor enfraquece-me.
O amor…. Mata-me.
O Silêncio é o meu pior inimigo. No Silêncio penso. No Silêncio imagino. No Silêncio crio cenas na minha cabeça, como se de um filme a minha vida se tratasse. Nele pondero. Nele choro. Nele grito, em Silêncio. Com ele desespero. Com ele afundo-me.
O Silêncio entra-me na cabeça e de lá não sai. Traz com ele imagens que só o barulho leva, traz com ele memórias que ninguém consegue levar de mim. Acima de tudo, o Silêncio desperta em mim sentimentos que quero adormecidos. Sentimentos por ti.
O Silêncio sempre foi o meu pior inimigo. Ele faz-me pensar. Pensar em mim, na minha vida, nas minhas inseguranças, nas minhas dúvidas, no meu futuro. Mas acima de tudo faz-me pensar em ti. Leva-me sempre até ti.
De certa forma, o Silêncio podia ser o meu amigo-inimigo, porque me leva até ti. Mas eu não quero que ele o faça. Estou cansada. Cansada de sofrer em silêncio, com o silêncio.
Já não oiço músicas calmas porque não consigo ouvi-las sem pensar em ti; em nós. Já não vejo comédias românticas porque não lhes acho piada. Faltas lá tu ao meu lado, a rir-te delas, e a fazer-me rir porque o teu riso era a única razão do meu quando via aqueles filmes. Dói-me o coração de cada vez que leio um livro que envolva romance. Dantes doía de excitação pois ansiava por amar daquela forma. Agora doí simplesmente porque já sei o que é amar assim.
O Silêncio faz-me escrever sobre ti. Textos sem fim...sobre ti. Sobre mim. Sobre nós. Coisas que aconteceram, coisas que não chegaram a acontecer. Todo o tipo de coisas.
O Silêncio é o meu pior inimigo porque me leva até ti. E eu tenho feito tudo para me afastar de ti, por completo. De corpo, mente, alma e coração.
O Silêncio traz-me a dor que o Barulho consegue esconder de mim.
E por isso escolho rodear-me de Barulho. Ao menos, esse consegue abafar tudo aquilo que o Silêncio me sussurra, vezes sem conta, aos ouvidos.
Sou quem sou e como sou hoje, devido a umas quantas pessoas. Não teria conseguido ser assim se não fossem elas. As minhas bases, os meus portos de abrigo. Um deles, e talvez o maior, é a minha avó paterna. E hoje quero escrever um pouco sobre ela (e para ela, apesar de ela não ler o blog).
A minha avó é o ser mais fantástico que existe à face da terra. E eu sei que muitos de vós devem achar o mesmo das vossas (ou não). Mas eu digo isto sabendo que, no meu mundo, ela é de facto o ser mais fantástico que existe. Criou-me, e gosto de acreditar que fez de mim a pequena mulher que sou hoje. Sou e serei sempre a sua carochinha, tal como o era para o marido dela, meu avô. Vou ser sempre aquela menina a quem ela contava a história do capuchinho vermelho uma e outra vez, sem se cansar, até eu adormecer. Vou ser sempre a menina sossegada, calma, introvertida que ela viu crescer, apesar de hoje ser tudo menos isso. Vou ser sempre a primeira neta dela. Vou ser sempre como uma filha. E ela há-de ser sempre aquela avó que me contava histórias para eu adormecer, que me ensinou a fazer renda, que me ajudava com os trabalhos de casa, que me dava leite Ucal e torradas de pão bimbo para comer ao pequeno-almoço, que me levava às compras à mercearia do Sr. João, que se chateava com o neto mais velho porque ele era uma peste e era mau como as cobras para mim.
Vai ser sempre a avó que me dava batatas para eu brincar às casas com o meu primo. Enquanto eu fazia o jantar, ele estava a trabalhar na oficina, e a minha avó andava pelo terraço a regar os seus imensos vasos de flores e a estender a roupa. Vai ser sempre avó para quem eu corria quando algo não estava bem. Vai ser sempre aquela pessoa que, no dia em que tive o meu primeiro ataque de ansiedade, estava lá e cuidou de mim. Vai ser sempre a minha confidente, a minha amiga, a minha outra mãe.
A minha avó vai ser sempre a minha força, a minha inspiração. Vai ser sempre aquela mulher que venceu o cancro da mama. Duas vezes. Vai ser sempre a mulher a quem eu limpei as lágrimas de mágoa que chorou (e chora) pelo seu falecido marido. Vai ser sempre a pessoa mais especial da minha vida e que eu vou amar, mesmo depois de a minha existência cessar.
Eu acredito no amor eterno. A minha avó é o meu amor eterno. Faria qualquer coisa por ela. Mal posso esperar pela semana que vem para poder finalmente vê-la, passadas várias semanas desde a última vez que a vi, e poder abraçá-la, rir com as histórias mirabolantes dela e das vizinhas, ver filmes antigos com ela, eu sentada no sofá grande e ela na sua poltrona, as duas enroladas numa manta e a bebericar um chá.
Esta mulher, que é isto e muito mais, dá-me vida. Dá-me força, dá-me alento, dá-me amor. Dá significado à palavra ser humano, porque ela é o mais bonito ser humano que eu conheço.
A minha avó paterna é o meu amor eterno. E esse ninguém me o pode tirar.
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